Dor Fantasma: Uma carta a Henry A. Kissinger
(Phantom Pain: A letter
to Henry A. Kissinger)
(Angola, 2020, 8'42'', dir. Kiluanji Kia Henda)
Inteiramente filmado na rua onde o artista cresceu, Phantom Pain é uma carta de Kiluanji Kia Henda ao antigo Secretário de Estado dos Estados Unidos (1973-77), Henry A. Kissinger. De acordo com o oficial da C.I.A. John Stockwell, citado no filme, Kissinger ordenou a C.I.A., profundamente envolvida no apoio da invasão de Angola pela África do Sul, de “manter o conflito aceso”. Kiluanji reconstrói as consequências reais de tais veredictos externos, brutais e revoltantes, através das suas recordações de infância, incluindo imagens do maior Centro Ortopédico em Luanda da altura, onde inúmeras próteses de membros atestam sofrimentos recentes.
Ficha Técnica
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Direção: Kiluanji Kia Henda
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Voz: Lee Bogotá
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Fotografía: Ery Claver and Evan Claver
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Assistente de produção: Moisés Almeida (Ungé)
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Editor: Lee Bogotá
Um filme comissionado por: HKW _ Haus der Kulturen der Welt -
Produção : Kinoyetu
#OutrasHistóriasPossíveis: Os filmes Arriaga (Portugal, 2019), Bastien (Portugal, 2016), Chico Reis Entre Nós (Brasil, 2020), Dor Fantasma: Uma carta a Henry A. Kissinger ((Angola, 2020) e Eu Preciso Destas Palavras Escrita (Brasil, 2017) integram o eixo temático da Mostra OUTRAS HISTÓRIAS POSSÍVEIS: memória, vozes e disputa de narrativas. Esses filmes, de modo geral, abordam a memória que, de acordo com Edson Lopes Cardoso, militante do Movimento Negro desde os anos de 1970, é a "arma mais poderosa" para recuperar experiências individuais e coletivas apagadas e silenciadas pelo racismo. O filme-carta Dor Fantasma: Uma carta a Henry A. Kissinger aborda o tema das ausências e presenças: o diretor reconstrói as consequências da invasão de Angola pela África do Sul por meio de suas memórias de infância, em Luanda. Inteiramente filmado na rua onde o artista cresceu. O filme é uma carta ao antigo Secretário de Estado dos Estados Unidos (1973-77), Henry A. Kissinger.
Sessões na Mostra
Online
14/09 a 19/09 - Plataforma TodesPlay
Presencial
19/09, às 16h (PRT), Museu do Aljube (Portugal)
25 lugares / R. Augusto Rosa 42, 1100-059 - Lisboa
19/09, às 10h (PRT)
CAMINHADA LISBOA NEGRA: MEMÓRIA E POSSÍVEIS DIÁLOGOS SOBRE ESSA PRESENÇA NA CIDADE E NO PRESENTE, com
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ASSOCIAÇÃO BATOTO YETU PORTUGAL, organização sem fins lucrativos de danças tradicionais africanas que desenvolve um trabalho de apoio junto a crianças e jovens da área metropolitana de Lisboa. Batoto yetu significa “as nossas crianças” em suaíli. Entre as suas atividades, realiza as visitas guiadas “Espaços da Presença Africana em Lisboa”.
Sobre a Caminhada: O percurso aborda a importância da cultura angolana, cabo-verdiana e brasileira no aparecimento e reconhecimento daquele que é considerado o maior património imaterial em Portugal: o fado. INSCREVA-SE AQUI, até 17/09.
19/09, às 16h (PRT), no Museu do Aljube
Sessão de curtas + debate* O CINEMA COMO ESTRATÉGIA - RUMOS E POSSIBILIDADES PARA FILMES ANTIRRACISTAS, com
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ANGELA GRAÇA, nascida em Paris, de origem e nacionalidade cabo-verdiana e também de nacionalidade Portuguesa, é licenciada em Relações Internacionais pelo ISCSP e atualmente preside o Instituto da Mulher Negra em Portugal como voluntária, acumulando uma carreira profissional na Administração Pública, no Alto Comissariado para as migrações.
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MAÍRA ZENUN, é artista, imigrante mãe, mulher negra brasileira em trânsito. Poeta desde a infância, publicou no blog Flores de Maio e participou da antologia "____ volta pra tua terra", da editora Urutau. Possui formação continuada em Ciências Sociais e Artes – Fílmicas, Poéticas, Performáticas e Fotográficas. Coordena e faz a curadoria de diversos ciclos de cinema negro.
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MAMADOU BA, Cidadão português, nascido no Senegal. Vive há mais de duas décadas em Portugal, onde é ativista e militante anti-racista decolonial, dedicado às lutas pelos direitos humanos das pessoas racializadas e migrantes. É licenciado em Língua e Cultura Portuguesa pela Universidade Cheikh Anta Diop de Dakar; titular de Curso de Tradutor pela Universidade de Lisboa, Doutorando em Sociologia no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Foi Membro Fundador da Associação Luso-Senegalesa, da Rede Anti-Racista de Portugal, da Diáspora Afrique, assim como da Aliança das Pessoas Africanas e de Ascendência Africana na Europa. Foi membro efetivo do Conselho da Administração da European Network Against Racism de 1999 a 2012, em representação de Portugal. Integra o Movimento SOS Racismo e a sua direção desde 1998 e participou na redação da Carta Aberta à ONU da Plataforma Afrodescendentes de Portugal. Integrou o Grupo de Trabalho Censos 2021, criado pelo governo pela inclusão da recolha de dados étnico-raciais. Foi membro da Comissão Permanente da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR), do Conselho Científico do Afroeuropean 2109 e de vários Conselhos Científicos de projetos académicos sobre a temática da desigualdade e do racismo. Integra o Equinox Steering Group e o Grupo de Trabalho para a Prevenção e Combate à Discriminação Racial. Tem vários artigos e participações em publicações sobre a temática do racismo, migrações e a diversidade étnico-racial.
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MARTA LANÇA é editora do portal BUALA. Formada em Estudos Portugueses e doutoranda em Estudos Artísticos pela FCSH -UNL, tem trabalhado na área cultural em países africanos de língua portuguesa. Tem igualmente experiência em cinema, pesquisa, produção e programação. Organiza ciclos entre práticas artísticas e debates, como o "Paisagens Efémeras", dedicado a Ruy Duarte de Carvalho (2015), "Para nós por nós produção cultural africana e afrodiaspórica em debateo" (com Raquel Lima, 2018), "Eu sou esparsa e a liquidez maciça, gesto de Liberdade" (no maat em 2020) e a rede Terra Batida, a partir de conflitos socio-ambientais (com Rita Natálio). Traduziu livros do filósofo camaronês Achille Mbembe, tendo acabado de sair o Brutalismo, pela editora Antígona. Recentemente, coordenou a parte de Lisboa do projeto do "ReMapping Memories, lugares de memória Lisboa e Hamburgo", do Instituto Goethe.
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FERNANDA POLACOW, vive entre Portugal e Brasil desde 2019. Mestranda em Antropologia Visual, é roteirista, realizadora e representante da Taturana em Portugal. Estuda e escreve sobre cinema e pós-colonialismo. Já escreveu e realizou para canais de televisão como Al Jazeera, HBO, Globo, RTP, NHK, entre outros. Indicada ao prêmio de Melhor Argumento Original pelo longa Mosquito, pela Academia Portuguesa de Cinema.
*sessão às 16h, debate às 17h (PRT)
Sobre o realizador
Kiluanji Kia Henda é um autodidata que mergulha na fotografia, na música, no teatro de vanguarda e na colaboração com artistas emergentes na cena artística de Luanda. Participou de diversos programas de residência e realizou exposições individuais em cidades como Veneza, Cidade do Cabo, Paris, Amã e Sharjah, Nova York e Arles, Nuoro, Leuven, Lisboa e Nápoles. O seu trabalho foi exposto na Bienal de Gwangju (2018), na Assembleia de Bergen (2013), na Bienal de São Paulo (2010), na Bienal de Veneza (2007) e na Trienal de Luanda (2007). Em 2017, recebeu o prêmio Frieze Artist e em 2012, ganhou o National Culture and Arts Award de Angola. As suas obras podem ser encontradas em colecções públicas, incluindo a Tate Modern (Londres), o Museu de Arte Moderna (Varsóvia), Centre George Pompidou (Paris), Pérez Art Museum (Miami) e Coleção de Arte Moderna Calouste Gulbenkian (Lisboa).